quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ESTÁTUA QUENTE





O Problema nem é a dor, mas o calo que compromete a estética da minha vida.
Crava-me o sinal frio e traumatizado da blindagem.
Desidrata meu coração como se faz com ameixas que secas, dão charme e sabor de nada para um bolo de conveniências.
Ultimamente meu hálito é tão doce que contamina meus planos, amargando os resultados e enfadando meus alvos.
Ultimamente, quero voar como quer um carvalho enraizado.
Petrificar-me para não putrefazer em sentimentos.
E das pessoas, de todas elas, ter somente admiração que se tem de estátua. Eternamente!
É solitário sentir a morte. Seu cheiro e seu peso. Morte do sonho que ironicamente deixa o corpo vivo para o velório da alma. É inevitável a ira que brota da impotência, e frívolo, saber que desse esterco, adubo o conforto que cresce na arte, minha companheira mais fiel.


Marcos gacê

2 comentários:

  1. profundas palavras " Morte do sonho que ironicamente deixa o corpo vivo para o velório da alma.", as vezes morremos tão rápidamente que nem dá tempo de se fazer um velório .
    Abraços Sinhô

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  2. Muito lindo...continua a me impressionar Macos Gacê.

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