domingo, 23 de agosto de 2009

TODO MUNDO É BI



Feijão com arroz, um prato especial, essencial e comum entre os brasileiros, isso porque o feijão junto com o arroz forma uma combinação perfeita ao fornecer ao corpo a maioria dos nutrientes necessários para se manter. Mas isso não é uma lei. Quem de nós não experimentou um delicioso doce de arroz? Ou arroz com estrogonofe? Sopa de arroz com frango? Doce de feijão? Feijão tropeiro? Uma delicia! Pois bem, independente do que o nosso corpo precisa para se manter, temos o prazer, que deve ser explorado e saboreado permanentemente para alimentar o espírito assim como se alimenta o corpo.E por falar em corpo, os primeiros homens “sapiens”, em minha opinião e estudos, se equivocaram naquilo que determinou o formato antropológico da sociedade mundial: a relação ou o discernimento entre reprodução e prazer.A cópula não tem que, necessariamente, ser realizada entre homem e mulher. A reprodução sim. A natureza usa sabiamente o prazer como uma “isca” para que seu ciclo continue. O homem tem o pênis, de forma cilíndrica e externa para poder levar em segurança pra dentro da mulher, suas células reprodutoras. Não quer dizer que são essencialmente ferramentas do sexo. O mesmo acontece com a mulher. Ninguém faria sexo e, conseqüentemente, se reproduziria se não houvesse a “isca”, que começa no olhar, que se intensifica com o toque, com o cheiro, com o calor, o gosto e a voz.Uma pessoa num quarto escuro, nua, ao receber o toque de uma boca, quente, molhada e delicada, no pescoço, nos ombros, sobre o peito, nos seios, nas partes internas dos braços, na barriga, na virilha e no pênis ou na vagina, certamente vai sentir um prazer enorme sem saber se a boca era masculina ou feminina.Todos nós já sentimos atração pelo igual, na maioria das vezes inconscientemente, por que do contrário, já estamos convencionados e educados a repelir qualquer outra idéia que foge a regra.A obviedade dos fins de reprodução acabou gerando uma verdadeira constituição de leis, e determinou categorias e conceitos de tudo aquilo que fugia a essa regra. Isso teve, por um lado, um efeito memorável na organização social e por outro, um grande nicho de preconceito e constrangimento individual e social.Pense bem nisso! Não estou aconselhando nenhuma mudança radical de comportamento sexual, mas abrir a mente para avaliar prazer e reprodução do ponto de vista aqui exposto é sem dúvida um grande passo para seu autoconhecimento, abolição de preconceitos, tabus internos e a busca de novas receitas de felicidade.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

TRÉPLICA

É... pode ser que eu não seja mesmo poeta
Talvez pelo falto de nunca ter subido montanhas
E lá do alto olhar as minúcias com um carinho que dói
Talvez por não saber que o sol é o sorriso de Deus
Gratuito para todo homem que deseja ofuscar o próximo
Talvez eu não entenda na arte o fascínio divino
Que faz os olhos ejacularem lágrimas no fim de um tom
Talvez eu não saiba de muitas coisas que só meu coração segreda
Para proteger os outros de minhas fúrias inocentes
Pode ser ainda que você
Convicto de minha suposta timidez
Pense que nunca despi minha alma
Por só ter olhos para os meus trajes humildes e materiais
Mas eu lhe peço com todo apreço
Dá-me um instante de perdão
E brinde com sua genialidade
As minhas iludidas experiências
Para que estas se tornem o seu modelo de poesia


Marcos Gacê - Itabira MG